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Nymphaea mexicana

Nova espécie: 

Erva aquática perene, com grandes folhas (até 25 cm), verdes com padrão roxo ou castanho, flutuantes, planas, com nervuras que irradiam do centro e grandes flores solitárias amarelas, com 12-30 pétalas.

Nome científico: Nymphaea mexicana Zucc.

Nome vulgar: nenúfar-amarelo-mexicano, nenúfar-mexicano

Família: Nymphaeaceae

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: Em avaliação para Portugal. Atualizado em 23/07/2020.

Sinonímia: Castalia mexicana (Zucc.) J.M.Coult.; Leuconymphaea mexicana Kuntze (não resolvido); Nymphaea flava Leitn.

Data de atualização: 23/07/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã  "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

 

Família: 

Como reconhecer
Erva aquática perene, com rizomas grossos e estolhos longos e macios, que suportam pequenos aglomerados de raízes curvas, carnudas e amarelas.

Folhas: grandes, de até 12 (25) cm, flutuantes, planas, glabras, ovadas a elípticas, verdes com padrão roxo ou castanho, revestidas por uma camada espessa de cera, com margem inteira ou sinuosa e nervuras a irradiar do centro.

Flores: solitárias amarelas em forma de flor-de-lótus, com 12-30 pétalas amarelas lanceoladas ou elípticas, numerosos estames amarelos, sépalas amarelo-esverdeadas (por vezes um pouco tingidas de vermelho); as flores fecham à noite.

Frutos: bagas verdes, semelhantes a pequenas garrafas, que crescem debaixo de água; frequentemente não forma sementes fora da sua área de distribuição nativa.

Floração: abril a novembro.

Espécies semelhantes
Nymphaea alba (nativa em Portugal) e Nymphaea odorata (exótica) distinguem-se por terem pétalas brancas ou rosa, e as margens das folhas não serem sinuosas. Nuphar lutea (nativa em Portugal) e Nuphar advena (exótica) e distinguem-se por terem geralmente 5-6 sépalas amarelas grandes que escondem as numerosas pétalas amarelas pequenas;  a flor parece um botão.

Características que facilitam a invasão
Propaga-se por proliferação dos rizomas, formação de fragmentos que podem ser transportados pela corrente ou agarrados a embarcações, ferramentas de pesca, etc., e podem produzir sementes ainda que isso não ocorra em vários locais exóticos. Tem taxas de crescimento muito rápido.

Área de distribuição nativa
Norte do México e sul dos E.U.A. (Alabama, Arizona, Carolina do Sul, Carolina do Norte, Florida, Georgia, Louisiana, Mississippi, Texas, Oklahoma).

Distribuição em Portugal
Portugal continental (Baixo Alentejo, no Guadiana). Ocorre em lagos ornamentais noutros locais, não estando ainda confirmado se ocorre proliferação para condições naturais.

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

 

 

Áreas geográficas onde há registo da presença de Nymphaea mexicana      

                                  

Outros locais onde a espécie é invasora
África do Sul, Sul da Austrália, Europa (Reino Unido, Espanha, onde foi detectada na Bacia do Guadiana na década de 1980) e Nova Zelândia.

Razão da introdução
Introdução acidental, provavelmente após uso para fins ornamentais, sendo usada (no passado?) na arquitetura paisagista. O lugar do aparecimento na bacia do Guadiana, associado a cais e construções humanas, indica uma provável origem como planta ornamental, como ocorre com outras espécies aquáticas invasoras.

Ambientes preferenciais de invasão
Canais de irrigação, valas, lagoachos, paúis, lodaçais, lagoas e regolfos de barragens e outras vias navegáveis pouco profundas, incluindo remansos de cursos de água. Não suporta água salobra e a salinidade limita a sua distribuição.

Impactes nos ecossistemas
Pode causar grandes alterações nos ecossistemas aquáticos, ao diminuir a entrada de luz na massa de água e aumentar a quantidade de matéria orgânica, causando problemas de eutrofização.
Consegue competir eficazmente com outras espécies de nenúfar (e outras aquáticas), incluindo nativas, com as quais pode formar híbridos.

Impactes económicos
Entope canais e impede a navegação, acabando por diminuir o aproveitamento recreativo, piscícola, ou outros.
Custos elevados na aplicação de medidas de controlo e manutenção dos equipamentos de rega onde entra.

Outros impactes

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de gestão e controlo usadas em Nymphaea mexicana incluem:

Medidas preventivas

Alerta precoce: a deteção precoce fora do cultivo é importante e depende em parte de voluntários, amantes da natureza, e cidadãos cientistas que relatam suas descobertas, por exemplo, no projeto de ciência cidadã "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist.

Resposta rápida: é importante encontrar novas invasões o mais cedo possível, a fim de eliminar as plantas e impedir o seu estabelecimento e proliferação.

Sensibilização do público:  informar e educar o público sobre os perigos de despejar materiais de lagos de jardins fora de seus jardins e, pior ainda, plantar espécies aquáticas de lagos no ambiente natural é uma medida preventiva essencial. Estimular a aquisição de espécies de plantas ornamentais sem potencial invasor, incluindo espécies autóctones, também é importante. Adicionalmente, importa desencorajar a utilização deliberada da espécie como ornamental, a qual está atualmente proibida, mas pode ser trocada "inadvertidamente" entre cidadãos que não estejam alerta para o seu potencial invasor.

Apostar no bom estado de conservação de ecossistemas aquáticos e no restauro dos ecossistemas alterados/ intervencionados, ajudará a evitar o estabelecimento e a expansão desta invasora.

Controlo físico / mecânico
Arranque e corte: Pode cortar-se ou arrancar-se antes da floração, para evitar a formação e dispersão de fragmentos e/ou sementes; o seu controlo mecânico é difícil já que se pode regenerar a partir dos propágulos formados com as próprias intervenções, mas a persistência e a adoção de medidas para prevenir a dispersão de propágulos pode aumentar o sucesso das intervenções.

Controlo químico
Desaconselhado por ocorrer apenas em ambiente aquático.

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.

CABI (2020) Nymphaea mexicana. In: Invasive Species Compendium. CAB International, Wallingford, UK. Disponível: www.cabi.org/isc [Consultado 31/05/2020].

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Department of Wildlife & Fisheries Sciences - Texas A&M AgriLife Extension Service (2020) Yellow Water Lily (Mexican Water Lily) Nymphaea mexicana. Disponível: http://aquaplant.tamu.edu/management-options/yellow- water-lily/ [Consultado em 31/5/2020]

Diputación General de Aragón (2019) Nymphaea mexicana. Nenúfar mejicano, nenúfar amarillo, ninfa (Nymphaeaceae). In Gobierno de Aragón (ed.) La Flora Invasora en Aragón Invasara - Especies Exóticas Invasoras Aragón: 85-101. Disponível: https://www.aragon.es/documents/20127/674325/FLORA_ACUATICA.pdf/64be8895... [Consultado em 31/05/2020]

Junta de Estremadura (2017) Especies invasoras objectivo - Nenúfar mejicano (Nymphaea mexicana Zucc.). LIFE NAT/ES/000582 “Lucha contra especies invasoras en las cuencas hidrográficas del Tajo y del Guadiana en la Península Ibérica”. Consejería de Medio Ambiente y Rural, Políticas Agrarias y Territorio - DG Medio Ambiente - GPEX . Disponível: http://www.invasep.eu/nenufar_mejicano.html [Consultado em 31/5/2020]

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Sánchez-Sánchez J (1986) Nymphaea L. In: Castroviejo S (ed) Flora Iberica - Plantas Vasculares de la Peninsula Iberica y de las Islas Baleares, Vol. I (LYCOPODIACEAE-PAPAVERACEAE): 209-211. Real Jardín Botanico, C.S.I.C., Madrid.

Sanz-Elorza M, Sánchez EDD, Vesperina ES (2004) Atlas de las plantas alóctonas invasoras en España. Dirección General para la Biodiversidade, Madrid, 96 pp.

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