Arbusto ou pequena árvore perene, de folhas aglomeradas nas extremidades dos ramos, flores brancas, aromáticas, pendentes e dispostas em cachos.
Nome científico: Clethra arborea Aiton
Nomes vulgares: folhadeiro, folhado, verdenaz, verde-nasce, árvore-dos-lírios-do-vale
Família: Clethraceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no Plano regional de erradicação e controlo de espécies de flora invasora em áreas sensíveis do Governo dos Açores).
Nível de risco: 15 | Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2017
Data de atualização: 23/08/2023
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Como reconhecer
Arbusto ou árvore de até 8 m, de ritidoma liso, acastanhado ou acinzentado.
Folhas: opostas, oblanceoladas a obovadas, com 9-12 x 4-5 cm, acuminadas, lustrosas, serradas, verde pálido e glabras na página superior, pubescentes na página inferior, de pecíolo curto, avermelhado e pubescente.
Flores: brancas, pendentes, muito aromáticas, com 1-2 cm de diâmetro, hermafroditas, dispostas em cachos simples ou ramificados.
Frutos: cápsulas acastanhadas, muito pequenas (3,5 mm), densamente felpudas.
Floração: agosto a outubro.
Características que facilitam a invasão
Reproduz-se por via seminal, produzindo muitas sementes que são facilmente dispersas pelo vento.
Área de distribuição nativa
Portugal (arquipélago da Madeira).
Distribuição em Portugal
Arquipélago dos Açores (ilha de São Miguel).
Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.
Áreas geográficas onde há registo da presença de Clethra arborea
Razão da introdução
Para fins ornamentais.
Ambientes preferenciais de invasão
Ravinas, margens de linhas de água e de vias de comunicação.
Também invade áreas naturais.
Impactes nos ecossistemas
O crescimento rápido leva à formação de áreas densas impenetráveis que podem impedir o desenvolvimento da vegetação nativa.
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
As metodologias de controlo usadas em Clethra arborea incluem:
Controlo físico
Arranque manual: metodologia preferencial para plântulas e plantas jovens. Em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular.
Controlo físico + químico
Corte combinado com aplicação de herbicida. Corte dos caules tão rente ao solo quanto possível e posterior aplicação de herbicida (princípio ativo: glifosato, triclopir) na zona de corte.
Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta destas metodologias.
Marchante H, Morais M, Freitas H, Marchante E (2014) Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras em Portugal. Coimbra. Imprensa da Universidade de Coimbra. 207 pp.
Moniz J, Silva L (2003) Impact of Clethra arborea Aiton (Clethraceae) in a special protection area of São Miguel island, Azores. Life and Marine Sciences, 20A: 37-46.
Morais MC, Marchante E, Marchante H (2017) Big troubles are already here: risk assessment protocol shows high risk of many alien plants present in Portugal. Journal for Nature Conservation 35: 1–12
Pheloung PC, Williams PA, Halloy SR (1999) A weed risk assessment model for use as a biosecurity tool evaluating plant introductions. Journal of Environmental Management. 57: 239-251.
Silva L, Tavares J, Smith CW (1999) Luta química contra Clethra arborea, uma invasora em São Miguel. In: IV Encontro Nacional de Protecção Integrada, 3 e 4 de Outubro de 1997, Universidade dos Açores, Angra do Heroismo, Açores, pp. 439-445.
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