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Baccharis spicata

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Arbusto dióico perene, de folhas estreitas e opostas, e flores dispostas numa inflorescência semelhante a uma espiga.

Nome científicoBaccharis spicata (Lam.) Baill.

Nome vulgar: vassoura-de-folha-estreita

FamíliaAsteraceae/ Compositae

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: [em desenvolvimento]

SinonímiaEupatorium spicatum Lam., Baccharis platensis Sprengl, Baccharis attenuata Don ex Hook. & Arn.

Data de atualização: 27/07/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã  "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

Avistamentos actuais da espécie: 

Como reconhecer

Arbusto dióico (flores masculinas e femininas em plantas separadas) de até 2,5 m, de cor verde-acinzentada.

Folhas: as inferiores opostas, as folhas superiores subpostas a alternas, sem pecíolo, elípticas a lineares, 40-80 × 2-13 mm, agudas no ápice e margem com dentes espaçados.

Flores: reunidas em inflorescências em forma de capítulos unissexuais, de flores amarelas (nos indivíduos masculinos) e branco-amareladas (nos indivíduos femininos) reunidas em inflorescências racemosas que se assemelham a espigas.

Frutoscípselas com 0.7-1 mm e papilho branco, produzidas em grande quantidade nas plantas femininas.

Floração: Agosto a Novembro (em Portugal; na área de origem nativa a floração é de Fevereiro a Abril).

Espécies semelhantes

Baccharis spicata distingue-se facilmente da maioria das outras espécies da mesma família por possuir folhas inferiores que são sempre opostas e inflorescências racemiformes semelhantes a espigas.

Características que facilitam a invasão

Produção de um grande número de sementes facilmente dispersas pelo vento. Propagação vegetativa após o corte.

Área de distribuição nativa

centro da Argentina, Sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e nordeste.

Distribuição em Portugal

Portugal continental (Douro Litoral – populações detectadas em Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa do Varzim).

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

 

 

Áreas geográficas onde há registo da presença de Baccharis spicata

Outros locais onde a espécie é invasora

Razão da introdução

Introdução acidental, provavelmente pelo Porto de Leixões.

Ambientes preferenciais de invasão

Na área de origem cresce tipicamente em estepes e pastagens, mas pode ocorrer em áreas costeiras perturbadas, campos abandonados e zonas ribeirinhas. Nos locais onde foi detectada em Portugal, cresce em terrenos perturbados, na companhia da erva-das-pampas (Cortaderia selloana), espécie que ocupa ambientes semelhantes, tanto em Portugal, como na sua zona de origem (Chile e Argentina)

Impactes nos ecossistemas

Cresce vigorosamente e forma aglomerados densos que dominam a vegetação arbustiva, utilizando os recursos disponíveis para outras espécies.

Impactes económicos

Custos elevados na aplicação de medidas de controlo.

Outros impactes

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de controlo usadas em Baccharis spicata incluem:

Controlo físico

Arranque: sempre que possível, incluindo remoção das raízes. Começar pelas plantas femininas isoladas (pode ser necessário recurso a máquinas dependendo do tamanho dos indivíduos), para diminuir a capacidade de re-invasão e dispersão. Deve ser avaliado o risco de erosão o que pode limitar as áreas em que este método pode ser aplicado. À partida será mais adequado para indivíduos adultos até ca. 1,5 m (que resultaram de germinação) e que ocorram em baixa densidade. As plantas arrancadas não devem ser deixadas no terreno para evitar que voltem a enraizar – devem ser removidas (por exemplo, para fornos/ locais de incineração) ou então empilhadas na área onde foram cortadas mas garantindo que as raízes não ficam em contacto com o solo.

Pode cortar-se ou arrancar-se antes da floração, para evitar a formação e dispersão das sementes. Ainda assim, depois de remoção de plantas adultas femininas (produtoras de semente) é expectável que muitas sementes germinem, pelo que isso deve ser tido em consideração e devem ser assegurados controlos de continuidade. A sombra pode diminuir a germinação

Nos casos de invasões já estabelecidas (com formação de sementes), deve repetir-se a operação durante vários anos para esgotar o banco de sementes no solo.

Controlo químico

Corte seguido de aplicação de herbicida na touça, nos segundos seguintes. Pode usar-se, e.g., glifosato a ca. 50% do produto comercial; também se pode usar triclopir). É expectável que até ca. 25% das touças rebentem, pelo que são necessários vários controlos de continuidade. Esta aplicação é recomendada no outono. Este método tem eficácia relativamente boa, especialmente nos espécimes em situações de stress (por exemplo, se ocorrem em zonas muito secas, …) mas deve garantir-se que o material cortado é devidamente “encaminhado”, em especial para impedir que frutos existentes nas plantas possam servir para dispersar.

Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).

Controlo biológico

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.

Verloove, F.; Dana, E.D.; Alves, P. (2017) Baccharis spicata (Asteraceae), a new potentially invasive species to Europe. Plant Biosystems, An International Journal Dealing with all Aspects of Plant Biology, DOI: 10.1080/11263504.2017.130300.