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Aster squamatus

Erva ereta, até 1 m, de aspeto frágil, com flores branco-esverdeadas minúsculas.

Nome científicoAster squamatus (Spreng.) Hieron.

Nomes vulgares: estrela-comum, mata-jornaleiros

FamíliaAsteraceae (Compositae)

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: 15 | Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2017.

SinonímiaSymphyotrichum subulatum (Michx.) G. L. Nesom var. squamatum (Spreng.) S. D. Sundb.

Data de atualização: 23/08/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã  "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

Avistamentos actuais da espécie: 
Porte: 

Erva anual ou bianual de até 1 m, ereta, de aspeto frágil; ramos laterais ascendentes.

Folhaslineares ou linear-lanceoladasinteiras e sésseis, com 4-18 x 0,5-1,5 cm.

Flores: reunidas em capítulos minúsculos (7-9 x 2-3 mm), por sua vez distribuídos ao longo dos ramos laterais assemelhando-se a uma panícula pouco densa; brácteas involucrais em várias séries, verdes com margem violeta e escariosa; flores marginais liguladas, branco-esverdeadas; flores do centro tubulosas, esverdeadas.

Frutoscipselas castanhas, com 2-3 mm, com papilho de pelos.

Floração: maio a novembro.

Características que facilitam a invasão

Reproduz-se apenas por via seminal, produzindo muitas sementes, as quais são eficientemente dispersas pelo vento.

Forte comportamento invasor, com capacidade para expandir-se e colonizar novos habitats em pouco tempo.

Área de distribuição nativa

América Central e do Sul. 

Distribuição em Portugal

Portugal continental (todas as províncias), arquipélago dos Açores (ilhas de São Miguel, Santa Maria, Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial, Flores), arquipélago da Madeira (ilhas da Madeira e Porto Santo).

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

 

Áreas geográficas onde há registo da presença de Aster squamatus

 

Outros locais onde a espécie é invasora

África (África do Sul, Argélia, Egito), Austrália, Europa (Espanha, Rússia, Grécia, Itália, França).

Razão da introdução

Provavelmente acidental.

Ambientes preferenciais de invasão

Apresenta grande valência ecológica, adaptando-se a diferentes meios desde que alguma humidade do solo esteja assegurada.

Ambientes sujeitos à intervenção humana (culturas de regadio, margens de caminhos, jardins abandonados, ruínas, portos, arrozais, escombreiras, etc.) e seminaturais (comunidades halófitas, marismas, ribeiras degradadas, etc.).

Prefere climas suaves do litoral ou de zonas baixas, ambientes abrigados.

Impactes nos ecossistemas

Forma mantos monoespecíficos impedindo o desenvolvimento da vegetação nativa.

Impactes económicos

Potencialmente, custos elevados na aplicação das medidas de controlo em áreas de cultivo.

Outros impactes

Devido à elevada produção de pólen, é considerada uma planta alergénica.

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de controlo usados em Aster squamatus incluem:

Controlo físico (metodologia preferencial)

Arranque manual: aplica-se de plantas de todas as dimensões. É conveniente que seja realizado antes da maturação dos frutos. Em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular.

Controlo químico

Aplicação foliar de herbicida. Pulverizar com herbicida (princípio ativo: glifosato) limitando o mais possível a aplicação à espécie-alvo.

Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta destas metodologias.

Carvalho JA, Silva L, Land EO (2008) Symphyotrichum subulatum (Michx.) G. L. Nesom var. squamatum (Spreng.) S. D. Sundb. In: Silva L, Land EO, Luengo JLR (eds) Flora e fauna terrestre invasora na Macaronésia. Top 100 nos Açores. Madeira e Canárias, Arena, Ponta Delgada, pp. 315-317.

Dana ED, Sanz-Elorza M, Vivas S, Sobrino E (2005) Especies vegetales invasoras en Andalucía. Consejería de Medio Ambiente, Junta de Andalucía, Sevilla, 233pp.

Marchante H, Morais M, Freitas H, Marchante E (2014) Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras em Portugal. Coimbra. Imprensa da Universidade de Coimbra. 207 pp.

Morais MC, Marchante E, Marchante H (2017) Big troubles are already here: risk assessment protocol shows high risk of many alien plants present in Portugal. Journal for Nature Conservation 35: 1–12

Pheloung PC, Williams PA, Halloy SR (1999) A weed risk assessment model for use as a biosecurity tool evaluating plant introductions. Journal of Environmental Management. 57: 239-251.