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Albizia julibrissin

Nova espécie: 

Árvore caduca, de crescimento rápido, com 6 a 12 m, com flores de longos estames rosados reunidas em capítulos vistosos.

Nome científico: Albizia julibrissin Durazz.

Nome vulgar: albízia-de-constantinopla, albizia

Família: Fabaceae (Leguminosae)

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: 21| Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2017.

Sinonímia: Acacia julibrissin (Durazz.) Willd., Acacia nemu Willd., Albizia julibrissin var. julibrissin, Albizia nemu (Willd.) Benth., Albizzia julibrissin Durazz. [Spelling variant], Feuilleea julibrissin (Durazz.) Kuntze, Mimosa julibrissin (Durazz.) Scop., Mimosa speciosa Thunb., Sericandra julibrissin (Durazz.) Raf.

Data de atualização: 31/07/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

 

Como reconhecer

Árvore caduca, de crescimento rápido, com  6-12 m, casca lisa, verde-acinzentada, mais verde em plantas jovens.

Folhas: bipinuladas, com 20 - 30 cm de comprimento, constituída por 6 - 12 pares de pinulas, cada pinula dividida em 20 - 30 pares de foliolulos (segmentos), verde-claros, oblongos, com ca. 1 cm.

Flores: rosa-claro, reunidas em capítulos que se agrupam nas partes terminais dos ramos; estames numerosos, muito longos, rosa.

Frutos: vagem castanha, 15 cm de comprimento, permanecendo na planta até à Primavera seguinte.

Floração: junho a setembro.

Espécies semelhantes

Pode ser confundida com outras plantas com folhas bipinuladas, particularmente na fase de plântula ou plantas jovens.

Paraserianthes lophantha (albízia) (também listada na Lista Nacional de Espécies Invasoras) tem alguma semelhança, mas forma uma árvore mais baixa, tem folhas menores (com menos pínulas e folíolos), flores amareladas reunidas em espigas (em vez de flores rosadas reunidas em capítulos) e vagens com forma mais regular.

Jacaranda mimosaefolia D. Don (jacarandá) (planta exótica em Portugal, usada como ornamental mas sem registos de proliferação) também tem alguma semelhança mas tem folhas oposto-cruzadas, flores azul-violeta e os frutos são cápsulas achatadas de forma suborbicular.

 

Características que facilitam a invasão

Rápida capacidade de crescimento, regenera vegetativamente após corte ou incêndios e produz uma grande quantidade de sementes que podem permanecer viáveis por anos. O facto de ser uma árvore muito usada como ornamental facilita a sua distribuição o que pode ter consequências na invasão futura. As sementes podem ser transportadas pela água quando as árvores estão próximas de cursos de água, ou podem ser espalhadas quando há mobilização do solo.

Área de distribuição nativa

Cáucaso, Irão, Ásia Menor, China Central e Japão.

Distribuição em Portugal

É uma espécie utilizada como ornamental por todo o pais. Não foram encontrados registos da sua ocorrência em Portugal, em ambiente natural; no entanto, germinam junto às plantas mãe com alguma frequência como sinal da sua naturalização.

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.                                     

Outros locais onde a espécie é invasora

África do Sul, Estados Unidos da América e Geórgia.

Razão da introdução

Introduzida com espécie ornamental e usada para fixar solos.

Ambientes preferenciais de invasão

Na sua área de distribuição nativa cresce em matagais e bosques em locais húmidos. Nos locais onde é invasora, cresce em bermas de estradas, áreas perturbadas e margens de rios.

Impactes nos ecossistemas
Forma coberturas densas, alterando as comunidades de plantas nativas.

Impactes económicos
Pode ter custos elevados na aplicação de medidas de controlo.

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de controlo usadas em Albizia julibrissin incluem:

Medidas preventivas

Sensibilização do público: é essencial informar e educar o público sobre os perigos desta e de outras espécies com potencial invasor, através de campanhas dedicadas, incluindo informação clara sobre a sua não utilização e impactes envolvidos de forma a desencorajar a sua plantação deliberada como ornamental, o que pode ocorrer em alguns locais por desconhecimento da legislação que a proíbe. Estimular a utilização de espécies de plantas ornamentais sem potencial invasor também é muito importante.

Apostar no bom estado de conservação de ecossistemas e no restauro dos ecossistemas alterados/ intervencionados, ajudará a evitar o estabelecimento e a expansão desta espécie em ambiente natural.

Controlo físico
Arranque: adequado para plantas jovens, antes de começarem a produzir sementes. A melhor altura para o arranque é após a chuva, para conseguir remover toda a raiz e garantir que não ocorre regeneração vegetativa.

Descasque: metodologia preferencial para plantas adultas com casca lisa e sem feridas. Fazer uma incisão em anel, contínuo, à volta do tronco, à altura que for mais confortável para o aplicador e remover toda a casca e câmbio vascular até à superfície do solo, se possível até à raiz. Deve realizar-se apenas quando o câmbio vascular estiver ativo o que pode variar de local para local; as melhores épocas para realização coincidem com temperaturas amenas e com alguma humidade.

Controlo químico
Pode ser aplicado herbicida usando a pulverização foliar desde que não represente risco para as espécies nativas, ou em alternativa, quando há o risco de afetar as espécies nativas o herbicida pode ser aplicado no tronco, em furos feitos previamente.

 Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO.

Controlo físico + químico
Para os exemplares adultos, o mais eficiente, é o corte e posterior tratamento dos cepos com herbicida, caso contrário ao fim de algum tempo acontece novamente regeneração vegetativa. Deve cortar-se o tronco tão rente ao solo quanto possível e fazer a aplicação imediata (impreterivelmente nos segundos que se seguem) de herbicida na touça.

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.

Almeida JD (2012) Flora exótica subespontânea de Portugal Continental (plantas vasculares): catálogo das plantas vasculares exóticas que ocorrem subespontâneas em Portugal Continental e compilação de informações sobre estas plantas. Coimbra, 35 pp.

CABI (2012) Albizia julibrissin. In: Invasive Species Compendium. CAB International, Wallingford, UK. Disponível: http://www.cabi.org/isc// [Consultado 02/04/2020].

The Plant List (2013) Albizia julibrissin. Versão 1.1. Disponivel em: http://www.theplantlist.org/ [Consultado 02/04/2020].

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (2020) Albizia julibrissin. In: UTAD Jardim Botânico. Vila Real, PT. Disponível: https://jb.utad.pt [Consultado 02/04/2020].